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Let’s dance – Fuso Insular

  Evento passado
26 Outubro 2023

O FUSO INSULAR surge em 2019 com o intuito de suprir uma lacuna então existente no panorama artístico do Arquipélago dos Açores no que diz respeito ao conhecimento e à formação na área da imagem em movimento.

Este ano, organiza um serão em torno da coleção de vídeo do CNAP (Centre National des Arts Plastiques) num programa concebido por Pascale Cassagnau.

12 filmes que traz o cruzamento da dança, da performance e da música com a imagem em movimento.

Com obras de 𝗖𝗵𝗮𝗿𝗹𝗲𝘆 𝗖𝗮𝘀𝗲, 𝗟𝗼𝘁𝗵𝗮𝗿 𝗛𝗲𝗺𝗽𝗲𝗹, 𝗧𝗲𝘂𝗻 𝗛𝗼𝗰𝗸𝘀, 𝗞𝗲𝗹𝗹𝘆 𝗟𝗮𝗺𝗯, 𝗔𝗹𝗲𝘅𝗮𝗻𝗱𝗿𝗲 𝗣𝗲𝗿𝗶𝗴𝗼𝘁, 𝗟𝗮 𝗥𝗶𝗯𝗼𝘁, 𝗠𝗮𝗻𝗳𝗿𝗲𝗱 𝗦𝘁𝗲𝗿𝗻𝗷𝗮𝗸𝗼𝗯 e 𝗖𝗹𝗮𝘂𝗱𝗶𝗮 𝗧𝗿𝗶𝗼𝘇𝘇𝗶.

Assim que as técnicas de gravação de imagens foram inventadas, a começar pelo cinema e mais tarde o vídeo, artistas, dançarinos e coreógrafos apossaram-se dos territórios das imagens em movimento para contextualizar suas atuações (performances), explorar hipóteses de pesquisa, e aventurar-se por novos campos de experimentação visual e sonora. Por outro lado, desempenharam um papel fundamental no enriquecimento desses domínios, ao contextualizar essas imagens dentro de uma estrutura expandida, essencialmente inventando uma “arte da percepção”.

A performance não é um género artístico, mas um catalisador que atravessa todos os domínios da criação contemporânea, no sentido lato. Nesta perspetiva, a performance constitui rapidamente um espaço de experimentação, de encenação crítica de um trabalho a partir de um outro uso do tempo, mais do que uma tentativa de atingir uma totalidade, uma síntese dos elementos artísticos postos em jogo. Se, como assinala Cláudia Triozzi, a performance consiste, para um artista, em ficar de fora da representação e ser deportado para fora de si mesmo, a performance também põe em movimento um outro uso do tempo, que tira a subjetividade aos gestos, aos atos, às situações. Assim é o cinema performativo que está a ser verdadeiramente inventado hoje por um certo número de artistas: um cinema que “performa” literal e simultaneamente o conteúdo e a sua forma, configurando loops temporais inéditos. Além disso, estas construções temporais são elaboradas a partir de partituras, de sons no sentido musical do termo, mas também de partituras de gestos e de atitudes para modelizar experiências e formas a interpretar, levando assim as obras aos confins situados entre a música, o cinema, a dança. Os filmes aqui apresentados, escolhidos na coleção das obras do Centre National des Arts Plastiques (CNAP), inscrevem-se nesta perspectiva.”