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Azul, Súbito e amplo

Exposição

Além de longínqua, a história do azul é uma história prolixa. O azul é talvez a cor com mais designações. Podemos até dizer que, devido ao seu corante enigmático e de difícil produção, o azul provocou desde sempre uma certa euforia das declinações. Na Grécia e Roma antigas, usava-se a designação de indicum para a cor azul índigo asiático. No entanto, porque se pensava que o pigmento derivava do mineral lápis-lazuli, também se usavam outras designações como azuriem, lazurium, lapis lazuri, lapis scythium, sapphirum. A mesma explosão designativa verifica-se nos 111 tons já classificados do azul, de onde se destacam os conhecidos capri, turquesa, egípcio, marinho, cobalto, cerúleo, da Prússia, celestial, internacional Klein, eclesiástico, petróleo, bebé, sideral, índigo, etc.

Esta exposição tem como ponto de partida o azul. O azul como prisma, como núcleo de perspectivas. O azul em relação, não só com a história da arte e a forma como a arte dá a ver as reviravoltas do mundo, mas também com o próprio mundo em que nos é dado hoje viver, a água, o mar e o oceano e os problemas ecológicos, sociais e políticos que os afectam, tema da agenda cultural da Aliança Francesa para 2025. A crise climática e os seus efeitos avassaladores nas nossas águas, mares e oceanos, mas também uma crise política e social com o problema das migrações que tanto assolam os mares do nosso mundo. Tudo acontece nas águas que servem de fronteira – uma fronteira terrível, muitas vezes ceifeira implacável de vidas – para todos aqueles que fogem dos seus países em luta pela sobrevivência.

A partilha do sensível torna-se a partilha do azul da água, um recurso precioso e frágil ameaçado pelas atividades humanas. O nível do mar está a subir a uma velocidade vertiginosa devido ao aquecimento dos glaciares e da camada de gelo da região Antártida, a qualidade da água está a deteriorar-se de forma desastrosa como resultado da poluição, o aumento da temperatura da água tem efeitos calamitosos sobre os seres vivos que habitam os oceanos. Nunca como hoje foi tão urgente salvar o “planeta azul”, o único planeta azul da nossa galáxia. É ao azul que tinge a água e a atmosfera que devemos a nossa existência e, nesta colheita de factos curiosos sobre o azul, refiro ainda que talvez não seja por acaso que o maior animal da terra seja aquele que designamos por “baleia-azul”.

Para pensar esta multiplicidade e riqueza do azul, foram convidados 7 artistas, num cruzamento entre Portugal e França.

Altina Mar

Bela Silva

Cláudia Clemente

Clo Bourgard

Jacky Cavallari Sandrine

Sandrine Llouquet

Yannick Fournié

 

Curadora: Catarina Pombo Nabais

 

Informações e visitas por marcação as quartas-feiras de 17h00 a 19h00: oterceiroandar.afl@alliancefr.pt

Exposição du 2 au 31 octobre 2024

O terceiro andar – Alliance Française de Lisbonne

 

Artes visuais