Autores franceses no Festival Amadora BD
São 15 as exposições que, de 17 a 27 de outubro, podem ser visitadas durante a 35ª edição do Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora – Amadora BD 2024. Sob o tema ‘Humanidade’, o evento celebra os 50 anos do 25 de abril apresentando inúmeras exposições que exaltam os valores da democracia, liberdade, justiça e igualdade.
Mais de uma dezena de autores da banda desenhada internacional estão confirmados nesta edição. Entre eles, os franceses Mathieu Sapin, Christian Lax e Mikaël.
Exposições
Edgar de Mathieu Sapin
Exposição patente no Núcleo Central | Parque da Liberdade
Mathieu Sapin decidiu contar-nos a história do seu sogro. Entre o Portugal do Estado Novo e a realidade francesa para a qual foge nessa altura, este é o percurso de uma figura complexa, envolvida em mil e uma peripécias – e algumas delas podem estar longe da verdade. Seguindo os passos de Edgar, o autor faz um périplo pelos lugares, as emoções, as contradições de uma vida cheia de proezas, mas também de feridas por sarar. Esta exposição mergulha-nos na investigação de Sapin e no retrato minucioso que soube fazer de um povo e da sua história, através da vida de um homem comum com mais de setenta anos. “Edgar” é uma ode a todos os desconhecidos que têm uma história que pode trazer algo mais à memória de um país. Talvez, no fim de contas, nem importe tanto o que realmente aconteceu.
Comissariado: Rui Alves de Sousa
A Universidade das Cabras de Christian Lax
Exposição patente no Núcleo Central | Parque da Liberdade
A Universidade das Cabras leva-nos numa viagem do século XVIII aos nossos dias, passando pelos Alpes, Estados Unidos e Afeganistão. Épocas, realidades e protagonistas diferentes, mas que nos mostram o objectivo comum de lutar contra o analfabetismo e o obscurantismo, porque que a educação é, sem dúvida, a arma mais poderosa para mudar o mundo. Com desenhos magníficos e suaves, Christian Lax conta-nos uma bela história, dura e violenta, que também é simultaneamente sobre a generosidade e o amor.
Comissariado: Vanda Rodrigues
Trilogia de Nova Iorque de Mikaël
Exposição patente no Núcleo Central | Parque da Liberdade
Quando pensamos na Nova Iorque das décadas de 1920 e de 1930, há imagens que nos ocorrem de imediato. Muitas dessas imagens são reinterpretações que criámos a partir do que interiorizámos e nos chegou através da arte, da literatura, do cinema, da música ou, também, da banda desenhada. Na exposição que o Festival de BD da Amadora dedica à “Trilogia de Nova Iorque” do autor franco canadiano Mikael (Giant, Bootblack e Harlem), a qual poderá ser visitada no núcleo central do Festival, situado no Parque da Liberdade, entramos nos bairros mais profundos desta grande cidade em permanente e eterna construção. É aí que se desenrolam as pequenas histórias de vida dos imigrantes das mais variadas nacionalidades que tanto motivam este autor. Alguns deles – como Giant, o gigantesco imigrante irlandês que luta contra o passado enquanto ajuda a construir os grandes arranha-céus do novo mundo ou Al, o jovem engraxador de sapatos protagonista de Bootblack – permanecerão no anonimato; outros, como Stéphanie St. Clair, a ‘Quennie’, continuarão, ainda hoje, a povoar o nosso imaginário. No entanto, uns e outros contribuirão, com as suas histórias humanas, para a imagem de brilho, de fascínio e simultaneamente de sombra que nos ocorre quando, ainda hoje, mencionamos esse mito que dá pelo nome de Nova Iorque.
Comissariado: Maria José Pereira
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