7 bandas francesas no Festival MIL
From 27 to 29 Setembro 2023
O MIL dedica-se à descoberta, promoção, valorização e internacionalização da música popular atual e a uma reflexão sobre políticas e práticas culturais. O projeto assume os formatos de festival de música, convenção, academia, residência artística, circulação e capacitação internacional e revista, antecipando tendências e provocando o debate sobre questões que determinam o futuro dos setores da música e da cultura.
Este ano sete bandas de músicas francesas serão apresentados no âmbito do Festival : Aita Mon Amour, Cuarto Mundo, Hanna Ouassim, Jenys, Paper Tapes, Société Étrange, YMNK.
Em paralelo, serão organizados encontros entre profissionais do setor da música franceses e português para trocar boas práticas e imaginar possibilidade de colaboração.
O projeto em torno da arte de AITA nasceu de uma fascinação que Widad Mjama tinha pelas Chikhates, essas mulheres cantoras e curadoras de uma tradição que remonta ao século XII, muito antes de ela conseguir compreender a essência das palavras e da sua poesia. «Aita mon amour» é o nome da sua nova criação, em colaboração com Khalil Epi, que deseja resgatar esta poesia do esquecimento e fazer com que esta arte tipicamente marroquina ressoe na contemporaneidade e no meio digital. Como uma passagem de tocha entre duas gerações, Widad cria uma narrativa musical usando poemas e canções de Aita que estarão conectados entre a tradição e a modernidade, entre gritos sinceros. Fiel ao espírito e à força das origens, Aïta mon amour é realmente poderoso, comovente, uma viagem à história dessas mulheres que Widad conseguiu incorporar. Ela transmite a próxima geração e um feminismo autêntico. Uma herdeira digna!
CUARTO MUNDO é um duo de música eletrónica exótica baseado em Paris, França. Thomas Lavernhe e Cosmo Gonik são DJs de clubes noturnos. Conheceram-se através da sua paixão por jóias perdidas, principalmente música latina e africana. Começaram a remisturar canções antigas e assinaram recentemente com uma editora para lançar o seu primeiro single “Sabi Lulu” em 17 de setembro de 2021. A sua música é inspirada em sons tradicionais e primitivos de todo o mundo.
O seu próximo single “La Cumbia Del Tarot” é uma homenagem psicadélica ao filme culto de Alejandro Jodorowky “La Montagne Sacrée”. A dupla convidou Adan Jodorowsky, filho do realizador e músico famoso, para gravar a voz na faixa. É uma viagem mística e dançante construída em torno de instrumentos exóticos e percussão ao vivo. A versão mais longa (La Psycho Cumbia del Tarot) acelera para se tornar um trance eletrónico concebido para os melhores clubes noturnos.
Hanaa Ouassim é uma percussionista, cantora e DJ que se apresentou em casamentos tradicionais marroquinos e nas pistas de dança por toda a Europa. De origem franco-marroquina, foi introduzida à música tradicional, folclore e percussão quando criança. Cresceu em Reims, onde trabalhou com diversos artistas, incluindo Acid Arab e Léonie Pernet, com quem posteriormente a acompanhou no palco. Hoje, um ciclo mais pessoal se inicia com o lançamento do seu primeiro álbum pela label Pan European Recording e a preparação de um concerto ao vivo, com várias datas já agendadas, incluindo primeiras partes de Flavien Berger, como aconteceu no Olympia em maio passado. Ao mesmo tempo, Hanaa lança uma série de mixtapes mais voltadas para o ambiente de clubes, revelando seu lado noturno.
O estilo de Jenys, um projeto da artista eletrónica de 22 anos nascido na Rússia mas a viver actualmente em Paris, pode ser definido como uma bela fusão de EDM cristalizado e música pop cativante. Ela é mais conhecida pelo seu trabalho onde usa habilmente a intensa transformação vocal combinada com grooves glitch-core, como as baladas “Being Here” e “Hometown”, ambas presentes no seu EP de estreia “S.ncerity”. Desta vez, Jenys preparou um novo espectáculo, repleto de sonhos vívidos e paixões, que será apresentado também no MIL Lisboa 2023.
Natural de Lyon, agora com base em Paris, Cyril Angleys cria a sua própria visão da música pop sob o pseudónimo Paper Tapes. Influenciado pelas bandas sonoras dos anos 70 e por bandas de pop aventureiras como Air e Stereolab, Paper Tapes lançou o seu primeiro EP “Homecoming” em 2020, revelando um etéreo bedroom pop, sempre na vanguarda. Este novo material foi bem recebido pelos media, com a apreciação notável de David Dean Burkhart.
Société Étrange — Antoine Bellini, Romain Hervault e Jonathan Grandcollot — ressuscitam as raízes da música frequentemente classificada como kraut, ou a aliança psicadélica de máquinas e instrumentos orgânicos. No entanto, não há nostalgia nem citações vulgares nessa música trance completamente atemporal. Société étrange foca-se em fazer som para o presente.
Por detrás do acrónimo YMNK esconde-se o hiperativo multi-instrumentista Alexis Zbik, ativista há 20 anos na cena alternativa de Lille e antigo guitarrista da iconoclasta banda de rock Shiko Shiko. Neste projeto aventureiro, mais pessoal e introspetivo, iniciado em 2021 no seu quarto com um ferro de soldar, explora os túneis subterrâneos entre a música eletrónica e a pop de vanguarda através de faixas instrumentais ligadas por uma alegria contagiante herdada do mundo dos anos 80, onde a vida se exprimia como um jogo, o dos videojogos ácidos.
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