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Quem é Mathieu Sapin?

Festival Amadora BD

Nascido em 1974 em Dijon, Mathieu Sapin entrou na Escola de Artes Decorativas de Estrasburgo, onde criou, para uma pequena revista da escola, o Supermurgeman, que se tornou o seu personagem de eleição. Como objetor de consciência, ingressou no CNBDI de Angoulême, onde geriu oficinas para crianças. Ilustrador de livros infantis, trabalhou para a Bayard, Nathan e Bréal. Mais tarde, misturando géneros e assumindo vários papéis, multiplicou as suas experiências editoriais e, com cerca de quarenta livros no seu currículo, permanece um dos autores mais inclassificáveis da sua geração. Nenhum estilo assusta aquele que partilhou o atelier da Société Nationale de Bande Dessinée com Christophe Blain, Riad Sattouf e Joann Sfar.

Seguindo o conselho de Lewis Trondheim, Mathieu adicionou uma nova habilidade ao seu repertório, a da reportagem desenhada — seja sobre os bastidores do filme “Gainsbourg, uma vida heroica” (“Feuille de chou”, 2010, Delcourt) ou sobre os bastidores do jornal ‘Libération’ (“Journal d’un journal”, 2011, Delcourt). Paralelamente, este autor prolífico participou num documentário sobre o Cáucaso ao lado de Gérard Depardieu. Dessa experiência, saiu um álbum em 2017 intitulado “Depardieu” (Dargaud). Em 2014, realizou “Vengeance et terre battue”, uma curta-metragem com Charlotte Le Bon.

Especialista em reportagem de banda desenhada, acompanhou a campanha de François Hollande durante as eleições presidenciais de 2012 com “Campagne présidentielle” (Dargaud, reeditado em 2017) e os primeiros passos do presidente no Palácio do Eliseu com “Le Château” (Dargaud, 2015).

Em 2018, Supermurgeman faz o seu grande regresso numa nova aventura intitulada “Opération Sheila” (Dargaud). Mathieu Sapin é também realizador de uma comédia longa-metragem sobre o mundo da política, “Le Poulain” (2018).

Em 2020, Mathieu Sapin embarca novamente no Hector com Emmanuel Guibert para o 14º volume das aventuras de “Sardine de l’espace” (Dargaud). Ao mesmo tempo, a série animada começou a ser transmitida no canal Télétoon+! Voltou ao mundo da política com “Comédie Française, voyage dans l’antichambre du pouvoir” (Dargaud, 2020), Mathieu Sapin explora as ligações entre a Arte e o Poder, com a subtileza e autoironia que caracterizam o seu trabalho.

Em parceria com Johan Sfar, lançou o primeiro volume de “Le Ministère secret” (Dupuis, 2021). Voltamos a encontrá-lo em 2022 num projeto a seis mãos, “Carnets de Campagne”. Neste título, editado pela Dargaud, partilha as pranchas com os autores Kokopello, Morgan Navarro, Dorothée de Monfreid, Louison e Lara.

Em 2023, realiza Edgar Mathieu Sapin decidiu contar-nos a história do seu sogro. Entre o Portugal do Estado Novo e a realidade francesa para a qual foge nessa altura, este é o percurso de uma figura complexa, envolvida em mil e uma peripécias – e algumas delas podem estar longe da verdade. Seguindo os passos de Edgar, o autor faz um périplo pelos lugares, as emoções, as contradições de uma vida cheia de proezas, mas também de feridas por sarar.
O Festival Amadora BD apresenta esta exposição e mergulha-nos na investigação de Sapin e no retrato minucioso que soube fazer de um povo e da sua história, através da vida de um homem comum com mais de setenta anos. “Edgar” é uma ode a todos os desconhecidos que têm uma história que pode trazer algo mais à memória de um país. Talvez, no fim de contas, nem importe tanto o que realmente aconteceu.

 

A descobrir de 17 a 27 de outubro – Núcleo Central, Parque da Liberdade.

 

 

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