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5 espetáculos franceses no Festival de Almada

41ª edição
  Evento passado
De 4 a 18 Julho 2024

 

Entre 4 e 18 de Julho, o Festival de Almada está de volta com os mais palpitantes 15 dias da cena teatral portuguesa. A esta 41.ª edição acorrem alguns dos criadores que marcaram as
artes de palco nas últimas décadas, bem como um conjunto de artistas e companhias, portugueses e estrangeiros, que determinam a criação contemporânea. Dezanove espectáculos de teatro, dança, música, malabarismo e cabaret decorrem em oito palcos de Almada e Lisboa.

Entre eles 5 espetáculos franceses apoiado pelo Institut français du Portugal no âmbito do programa MaisFRANÇA.

 

 

Et maintenant, Miss Knife est en couple… de Olivier Py

08.07.2024 – 22h – Escola D. António da Costa

Miss Knife é o ‘alter ego’ modo-drag queen que acompanha a carreira nos palcos, e a vida, de Olivier Py vai para 30 anos. Trata-se de um espectáculo que viaja livremente entre os universos do cabaret, do music-hall e do recital. Em palco, Olivier Py – de vestido, collants e saltos altos, usando plumas, bijuteria e peruca – canta composições originais, ou arranjos de temas da chanson francesa, género que confessa amar desde sempre. Eis o seu amor pela música e pela extravagância na sua mais exacerbada expressão!

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Sans tambour de Samuel Achache e Florent Hubert

09.07.2024 – 21h30 / 10.06.2024 – 19h – Teatro Municipal Joaquim Benite

Ocenário é uma casa em progressiva ruína (e em derrocada), espelho da relação do casal que vemos no palco, também povoado de músicos. A banda sonora é feita de Lieder de Schumann, epítomes de romantismo, melancolia, perda, e de fragmento, mas também da música que tudo sublima e redime, inclusive o amor. Na esteira de Christoph Marthaler (vide o seu Winch Only, de 2006), Samuel Achache cria um teatro musical que é música teatral, de tal modo funde e faz comunicar os dois modos de expressão, juntando-lhes doses sadias de vaudeville, cabaret, burlesco e absurdo. O título da peça provém da expressão ‘sans tambour ni trompette’, designativa de um exército em retirada, após derrota no campo de batalha – aludindo à conclusão melancólica e cabisbaixa das relações amorosas.

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Black Lights de Mathilde Monnier

10.07.2024 – 22h – Escola D. António da Costa

Esta peça baseia-se na série televisiva H24 (ARTE/2021), que reuniu contos (baseados na verdade) de 24 autores sobre a violência infligida às mulheres todos os dias nas mais diversas situações. Black Lights é outra forma possível de iluminar este ponto de partida. Fá-lo via textos e coreografias, criando relações entre a cinética dos textos e dos corpos, utilizando palavras que retêm toda a tensão e violência dos factos, tão firmes quanto delicadas, e que se ligam à energia da dança. Convoca também os corpos a testemunharem e a contribuírem com a sua verdade, cada um começando onde as palavras acabam, para configurar os “vendavais emocionais” que estão no centro destes testemunhos. Cada um com as suas palavras e os seus movimentos, contando a história da sua vida, com as suas forças e fraquezas, do individual ao diálogo, depois ao gregário.

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Full Moon de Josef Nadj

12.07.2024 – 22h – Escola D. António da Costa

Full Moon prossegue, alarga e aprofunda a exploração e a ruptura radical no percurso de Josef Nadj, iniciadas com Omma: a peça apresentada no Festival de Almada de 2021. O mesmo grupo de bailarinos africanos é o demiurgo de um continente sonhado, empreendendo uma viagem às origens da dança, do movimento e, no limite, da humanidade. Busca que começa por um mergulho nos seus próprios corpos, em demanda de origem, de tradição ancestral, de terra primordial. As danças tradicionais africanas, com os seus rituais e polirritmias, são convocadas enquanto energia e essência, estendendo, via improvisação, braços sobre o Atlântico, até aos antecedentes do jazz, fazendo da viagem que foi cativeiro uma afirmação de liberdade pura. O imaginário ligado à Origem liga-se, pelo título, à perene renovação e transformação veiculada pela Lua, por via dos seus ciclos e fases periódicas, os quais fornecem uma estrutura- grelha sobre a qual coreografar.

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Où je vais la nuit de Jeanne Desoubeaux

18.07.2024 – 22h – Escola D. António da Costa

Partindo da intemporalidade e da ubiquidade dos mitos, nesta peça Jeanne Desoubeaux opera duas ‘deslocações’ — a do mito de Orfeu e Eurídice, e a da ópera de Christoph W. Gluck sobre esse tema (baseando-se na versão francesa da mesma, estreada em 1774, em Paris) —, criando um espectáculo musical e teatral, híbrido, que se move livremente entre o canto e a representação. Deparamo-nos com duas mulheres ‘da vida real’, Odette e Eugénie (de ressonâncias proustianas, a primeira, e balzaquianas, a segunda), que transitam livremente para e das personagens míticas, respectivamente, Orfeu e Eurídice. E há ainda dois músicos seus amigos: Nikita e Simon. Entre a ópera de Gluck e a música moderna, entre as estéticas musicais actuais e as do século XVIII, Desoubeaux cria de uma velha história um novo drama, partindo dos conceitos (românticos) de ruptura e de perda.

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